A nota média de estudantes aprovados em cursos de Medicina no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) recuou de 684 pontos, em 2015, para 633 pontos, em 2024 – queda de 51 pontos na escala que vai de 0 a 1.000. Os dados constam do Censo da Educação Superior, divulgado nesta segunda-feira, 22 de setembro de 2025, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
De acordo com o levantamento, o número de ingressantes em Medicina aumentou cerca de 120% em dez anos, saltando de 26.983 para 60.366 matrículas. A expansão ocorreu principalmente na rede privada, que passou de 14.466 para 45.900 novos alunos, enquanto as instituições públicas registram 14.466 calouros.
Concorrência e comparação com Direito
Medicina segue como o curso mais concorrido do país. Nas universidades públicas, a disputa chega a 51 candidatos por vaga; nas particulares, a relação é de 9 por vaga. Já o curso de Direito, que não teve crescimento expressivo de ingressantes, manteve desempenho próximo ao registrado há nove anos: a média no Enem foi de 533 pontos em 2015 e de 536 em 2024. O número de novos alunos em Direito caiu de 258.143 para 225.048 no período.
Moratória e novas regras para abertura de vagas
Em 2018, uma moratória suspendeu a criação de cursos de Medicina para conter a expansão e preservar a qualidade. Apesar disso, decisões judiciais permitiram a abertura de novas vagas. Com o fim da moratória em 2023, o Ministério da Educação (MEC) obteve decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a autorização de cursos siga critérios do programa Mais Médicos, que prioriza regiões carentes de profissionais.
Desde então, o MEC intensificou o controle sobre novas vagas e instituiu o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). A prova será aplicada pela primeira vez em outubro aos estudantes do 6.º ano e, a partir de 2026, também ao 4.º ano. Cursos com baixo desempenho poderão sofrer punições, inclusive suspensão de vestibulares.
Com informações de CGN
